30 de out. de 2014

Em concerto, João Pedro Borges apresenta resumo da história do violão brasileiro

TEXTO: ZEMA RIBEIRO
FOTOS: ROSANA BARROS




João Pedro Borges sempre ressalta que sua parceria com o Sesc já vem de longas datas. Lembra sua participação no Sonora Brasil, quando percorreu 80 municípios brasileiros ao lado do gaúcho Daniel Wolff, e, ano passado, sua participação na Aldeia Sesc Guajajara de Artes, quando apresentou uma versão enxuta de seu Recital de Música Brasileira, com a cantora Célia Maria.

Ontem (29), na programação da nona edição do evento, o músico encarou uma plateia de estudantes de nível médio, no auditório do Colégio Marcelino Champagnat, o antigo Marista do Centro. Entre alunos, professores e funcionários, mais de 100 pessoas assistiram ao concerto, em que passeou pela história do violão brasileiro.

“É impossível mostrar tudo, já que o tempo do concerto é curto, mas a gente dá uma pincelada em momentos importantes”, disse ao apresentar-se, antes de iniciar o espetáculo, que durou cerca de uma hora.

Trajetória – Um dos nomes mais importantes do instrumento no país, com reconhecimento internacional, João Pedro Borges participou de diversos momentos importantes da música brasileira, sobretudo o choro. No Rio de Janeiro foi aluno de Jodacil Damasceno e entre o fim da década de 1970 e 80 integrou a Camerata Carioca, liderada pelo maestro gaúcho Radamés Gnattali; fundou a Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo, em 1974; em 1982 estava entre os artistas brasileiros que introduziram o choro nos Estados Unidos, ao lado de, entre outros, o também maranhense Turíbio Santos; em 1985 lançou um disco, hoje raro, dedicado a e intitulado A obra para violão de Paulinho da Viola, com participação do compositor, e de seu pai, o saudoso violonista Cesar Faria, do Conjunto Época de Ouro, de Jacob do Bandolim – todos, nomes lembrados por João Pedro Borges ao longo de sua apresentação.

Repertório – O professor de violão foi bastante didático e ao longo dos números que desfilava, contava um pouco da história das peças e de seus autores. Destacou, por exemplo, a genialidade de Heitor Villa-Lobos, a quem classificou de “o músico mais importante da história da música brasileira em todos os tempos”. Com ele abriu o primeiro bloco do concerto, tocando um estudo, um prelúdio e o Choro nº. 1, dedicado a Ernesto Nazaré.

Atenta, a plateia reagia, ao fim de cada música, com aplausos e gritos histéricos. João Pedro Borges passeou ainda por nomes como João Pernambuco (Interrogando), Ernesto Nazaré (Tenebroso), Paulinho da Viola (Valsa da vida e Itanhangá) e encerrou a apresentação com o Choro (Radamés Gnattali), da suíte Brasiliana (RG), dedicado a Turíbio Santos.

João Pedro Borges agradeceu a oportunidade proporcionada pelo Sesc e a recepção calorosa da plateia. “É muito importante promover momentos assim com o público dessa faixa etária, que é quando se está definindo os gostos”, afirmou.

Alunos e alunas – alguns estudantes de música – cercaram o violonista na saída, no pátio do colégio. Astro de sua magnitude, João Pedro Borges não escapou de ouvir elogios enquanto retribuía o carinho em cadernos escolares, em uma espontânea sessão de autógrafos.

As reflexões atuais e necessárias de Corpo descartável

TEXTO: ZEMA RIBEIRO
FOTO: ROSANA BARROS


O inusitado é o que primeiro chama a atenção na performance Corpo descartável, de Yuri Azevedo, realizada na última terça-feira (28), na programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes.

Ao adentrar o Teatro da Cidade de São Luís, em vez de à plateia, o público é direcionado a uma área lateral, um largo corredor, por cujas portas de vidro se vê a Rua do Egito.

O piso de ladrilho hidráulico está tomado por copos plásticos, sujos de batom. Beijados, melhor dizendo.

O performer – ou dançarino, se preferirem – caminha tranquilamente em meio ao mar de plástico. Traja tênis, bermuda e uma camisa cor de rosa. Tenta falar ao celular, mas “o número chamado encontra-se fora da área ou desligado”.

Senta-se. De um saco de lixo – há vários pelo recinto, de onde ele espalhará ainda mais copos descartáveis “na imundície do pátio” – saca uma batata frita “de pacote” e um refrigerante. Senta-se em meio ao público e come e bebe com tranquilidade.

O artista se deita. Um copo simula um lápis, ou pincel, e com ele, o desenho do próprio corpo no chão – como a perícia faz em situações de acidentes e crimes.

Música ruim invade o ambiente. Uma exala machismo por todos os versos. Yuri Azevedo dança. Outra, versos de puro consumismo. Yuri Azevedo dança. Bebe uma cerveja. Comenta que pesquisas comprovam que, contaminada pelo plástico, a água ingerida pelo homem afeta seu desempenho sexual.

Despe-se. Veste roupas de nadador. E mergulha na maré de copos descartáveis. Nada, nada, mas não morre na praia. Convida diversos espectadores para, num telefone feito de copos descartáveis, contarem-lhe sobre situações em que se sentiram descartadas ou descartaram algo ou alguém.

Alguns encaram o desafio e relatam experiências as mais diversas: um, que o primeiro beijo, era fruto de uma aposta de uma menina com uma colega para ver quem beijava mais garotos; outra, era asmática na infância, e sempre era excluída das brincadeiras, propositalmente escolhidas sempre de correr.

Outros passavam o copo ao vizinho de plateia. Nem todos têm coragem de se expor, de se despir tão facilmente. Corpo descartável leva o público a uma reflexão sobre a efemeridade e o vazio das relações – entre pessoas e destas com os objetos –, do consumismo desenfreado e do que o futuro nos reserva, quando começa a faltar água e sobrar lixo.

29 de out. de 2014

Sebo no Chão bate recorde de público com programação "Caia na Rede" da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes

TEXTO: STEPHANY PINHO
FOTOS: DANIEL SENA




Na noite do último domingo (26), a programação “Caia na Rede” da 9ª edição da Aldeia Sesc Guajajara de Artes aconteceu na Praça Nossa Senhora de Nazaré. Lá, há mais de um ano, acontece a ocupação do Movimento Sebo no Chão, todos os domingos, após o pôr-do-sol. A inciativa independente tem como objetivo ocupar com arte e cultura o espaço público, fornecendo uma alternativa de lazer descentralizada aos que moram distante dos centros culturais como o bairro da Praia Grande, no Centro Histórico.

Além do Brechó Patas em Ação e da venda de livros de Diego Pires, que dá nome ao movimento, a praça também serviu aos que queriam colocar à venda produtos personalizados, como camisetas, bolsas, além da comidinha vegan de Cybele Oliveira. Paralelo a isso, a fotógrafa Samara Silvestre, participante ativa da ocupação, pode expor sua série intitulada Da mundialização-bairro ao bairro mundo, formada por fotografias realizadas no bairro do Cohatrac. Quem também estava lá era o escritor e editor Bruno Azevêdo, vendendo lançamentos de sua editora, a Pitomba! livros e discos. Dia 4 de novembro, na Feira do Livro de São Luís, ele lança Em ritmo de seresta, fruto de sua dissertação de mestrado, com ensaio fotográfico de Márcio Vasconcelos.

A primeira apresentação ficou por conta do artista Gilson César apresentou o espetáculo Um dia de clown. O músico, cantor e compositor, Tammys Loyola fez uma bela apresentação onde pode-se constatar que o artista já possui um público cativo que conhece seu trabalho, em grande parte autoral, com letras e arranjos elaborados em conjunto com diversos amigos e parceiros. Tammys iniciou sua apresentação com a música Caí da Canoa, arrancando muitos aplausos do público presente, que cantou junto quando o músico tocou Sem Pé nem Cabeça. Essas e outras canções como Mão Pequena estarão presentes no primeiro CD do artista, intitulado 24 Dias Por Hora, prestes a ser lançado.

Tammys comenta sua experiência no Sebo no Chão: “Eu comecei tocando de forma bem precária aqui no Movimento Sebo no Chão, porque eu toco desde o primeiro evento. Então, desde quando não tinha nenhum recurso, a gente já tentava fazer uma coisa legal aqui, até nos primeiros protótipos de Sebo, que era o Sebo na Garagem, organizado pela antiga galera do blog Ponto Continuando, a gente tentava fazer algo parecido com isso, uma espécie de embrião do que hoje está se tornando o Sebo no Chão. E ocupar um espaço como a praça pra reunir as pessoas num dia de domingo, que é um dia que normalmente é um pouco tedioso e mostrar um pouco de cultura, um pouco de música, vender ou comprar um livro legal, comer uma comida gostosa e encontrar gente pra conversar e trocar uma ideia... essa é a única finalidade.”

O artista afirma que ficou surpreso quando soube da parceria entre o Sesc e o movimento e comenta sua reação: “Poxa, vai ter isso mesmo?! Eu não acredito, cara!”. Ele conclui: “e hoje, o resultado disso é que nós estamos tendo o maior Sebo no Chão de, sei lá, todos os tempos! Nunca vi tanta gente reunida aqui nessa praça! E serve pra isso: esse apoio, se não viesse, continuaria acontecendo, mas agora o Sebo no Chão se mostra mais forte do que antes!”.

A noite seguiu com a apresentação do músico, cantor e compositor Sfanio Mesquisa, que fez uma dobradinha com Tammys. Logo depois era a vez da banda Trincheiras e nem sob a ameaça de uma segunda-feira a praça esvaziou. Por volta das 22 horas o grupo inciou sua apresentação. A noite reservaria ainda ao público presentes as apresentações das bandas Telúricos e Sulfúrica Bili, que realizava o pré-lançamento do CD Grande Bola de Fogo.

II Simpósio Nacional Nuppi de Arte e Mídia acontece até sexta (31)



O Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem (NUPPI) realiza entre os dias 28 a 31 de outubro o II SIMPÓSIO NACIONAL NUPPI DE ARTE E MÍDIA, que em 2014 traz o tema IMAGEM, HISTÓRIA E NARRATIVAS. O evento marca os sete anos de atividade do NUPPI e visa promover um diálogo produtivo e criativo entre as reflexões teóricas e as práticas artísticas e midiáticas, buscando interconexões entre esses dois campos que permitam vislumbrar algumas possibilidades estéticas e políticas que envolvem esses

A programação é multifacetada, com palestras, oficinas, performances, exposições artísticas e projeções audiovisuais. A inscrição no evento é gratuita bastando os interessados preencherem o formulário de inscrição disponível no site www.simposionuppi.wordpress.com . As três oficinas oferecidas têm vagas limitadas e as inscrições são realizadas por formulários específicos, também disponíveis no site.

As conferências, debates e oficinas acontecerão no Campus Centro Histórico do IFMA (Rua Afonso Pena no 174, Centro, em frente ao Jornal Pequeno).

As atividades do II SIMPÓSIO NACIONAL NUPPI DE ARTE E MÍDIA, que este ano tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) e do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), iniciam na terça-feira, dia 28, às 8h, com a oficina “Outros portais para atravessar: de vertigens e performances desviadas”, ministrada pelos artistas Sara Panamby (UERJ) e Filipe Espindola (SP). Com duração de três dias, a proposta é convidar as pessoas a experimentar possibilidades de (des)construção de performances corporais a partir de práticas estéticas, poéticas e políticas provenientes do campo da performance enquanto linguagem artística.

Às 19h do mesmo dia acontece a solenidade de abertura do simpósio e em seguida, às 20h, inicia a conferência “O que é foto sensível”, com Miguel Chikaoka (FOTOATIVA, Pará), referência nacional na fotografia brasileira, que vem trazendo um pouco da sua experiência de mais de 30 anos de experiência no campo da fotografia.

A partir das 21h30 inicia a programação cultural, no Chico Discos (Rua 13 de Maio, 389 B, Centro), com o lançamento dos livros “Visualidades: comunicação, arte, cultura nos anos 10”, do NUPPI; “O espectador performer: a exposição de si no cenário das tecnologias digitais”, de Fernanda Gomes, “Navegante da luz: Miguel Chikaoka e o navegar de uma de uma produção experimental”, de Marisa Mokarzel, e “O inventário como tática: a fotografia e a poética das coleções”, de Leandro Pimentel. Durante o lançamento também acontece a exposição “Ilustrações em bico de pena”, de Almir Valente e Tarsis Aires, que apresenta as imagens de alguns livros que os dois artistas produziram nos últimos 3 anos.

Na quarta-feira, dia 29, tem início a oficina “Brincando com a luz”, ministrada por Miguel Chikaoka das 9h às 12h. A oficina terá duração de dois dias e propõe uma incursão no universo da luz-imagem através de jogos, exercícios e da construção de dispositivos, como uma câmera obscura, que propicia o contato com a gênese das imagens fotográficas.

Também acontecerá do dia 29 ao 31 o “Ateliê NuppImaginautas” com o designer educacional e mobilizador da Rede Imaginautas, Ghustavo Távora, que oferecerá uma ciranda de ações artísticas, com saídas fotográficas pelo Centro Histórico de São Luís. O ateliê criativo acontecerá das 9h30 às 12h30.

 Às 15h da quarta-feira iniciam as conferências do dia. A pesquisadora Fernanda Gomes (UFRJ) apresenta “Work in progress: diálogos e narrativas em processos de pesquisa, criação e experimentação artística”. Às 16h30, a pesquisadora Beatriz Morgado (UFRJ) apresenta “Hélio Oiticica: experimentando a(s) forma(s) cinema”, que trata das contribuições do artista brasileiro Hélio Oiticica (1937-1980) ao campo do cinema. A palestra será seguida de um cortejo artístico-performático do Campus Centro Histórico do IFMA ao Centro Cultural Mestre Amaral, na Rua da Montanha Russa.

Na quinta-feira, dia 30, tem início às 9h a oficina “Coleta e reciclagem de imagens” ministrada pelo professor, fotógrafo e pesquisador Leandro Pimentel (UFRJ), que irá apresentar em dois dias alguns fundamentos do uso de arquivos fotográficos como matéria-prima e/ou instrumento de pesquisa para a realização de ensaios fotográficos e outras práticas artísticas contemporâneas.

Das 14h às 18h acontece a mostra “Imagens em debate: cotidiano e
modos de vida”, com projeção de imagens seguida da discussão e debate com pesquisadores, produtores e artistas convidados, como é o caso do “Batman Pobre”, personagem criado por Carlos de Medeiros, que ganhou projeção nacional durante as manifestações no Rio de Janeiro, em 2013, trazendo de maneira performática as tensões e paradoxos da cultura de massa e das estéticas da política e das ruas.

A programação cultural na quinta-feira inicia às 19h em conjunto com o evento OVER12H da Aldeia Sesc Guajajara de Artes, que acontecerá no Centro Histórico, na Praça Nauro Machado e na Vida é uma Festa (Beco dos Catraeiros). Na ocasião serão realizados a performance dos artistas Sara Panamby e Filipe Espíndola, show das Ninfas Equinociais, projeções de imagens que compõem o “Atlas #protestosBR”, do MediaLab-UFRJ e de intervenções produzidas pelos próprios integrantes do NUPPI, como é o caso do projeto artístico AZUL PEDRA MAR, de Jane Maciel, Carolina Libério, Bruno Ferreira e Matheus Santos.

A sexta-feira, dia 31, é o último dia de atividades do II SIMPÓSIO NACIONAL NUPPI DE ARTE E MÍDIA. Às 15h acontece a conferência “Vidas-Lazer”, do professor e pesquisador Vinicios Ribeiro, (UFRJ) que realiza um exercício metodológico para pensar o cinema como formas de produção da vida e rotas de fugas das clausuras da existência. Às 16h acontece a conferência “Imagem Abjeto”, com o pesquisador Matheus Santos (UFRJ), que abordará a emergência do conceito de “abjeto” na arte, revelando seus usos e tensionamentos estéticos. E às 17h acontece a última conferência do simpósio: “O corpo limite”, de Sara Panamby (UERJ), que traça um percurso acerca das práticas de corpo que criam novos caminhos poéticos e jogos de sentido.

O encerramento do II SIMPÓSIO NACIONAL NUPPI DE ARTE E MÍDIA acontece às 20h, no Bar Contraponto (Praça dos Catraeiros, Praia Grande) com projeção de imagens, performance de Batman Pobre, show do Coletivo Gororoba e discotecagem do grupo La Tabaquera.

O Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem (NUPPI) integra o Campus Centro Histórico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) onde desenvolve estudos teóricos e práticos sobre imagem através de duas linhas de pesquisa, “Imagem e Mediações Sociais” e “Estética da Imagem e Poéticas Contemporâneas”. O Núcleo conta hoje com uma equipe de 15 pesquisadores e realiza diversas ações como palestras, cursos, exposições, curadorias, projetos de preservação de acervos de imagens, produções acadêmicas (artigos, livros etc), fotográficas e audiovisuais, entre outras atividades. (Texto: Ascom/Nuppi)

28 de out. de 2014

Sampler B e Tiago Máci botaram plateia para dançar em pé

TEXTO: ZEMA RIBEIRO
FOTOS: DANIEL SENA




Sampler B e Tiago Máci fizeram shows memoráveis, ontem (27), no Teatro da Cidade de São Luís (antigo Cine Roxy), integrando a programação da 9ªAldeia Sesc Guajajara de Artes.

Os primeiros, capitaneados por Beto Ehongue, homem à frente de outras bandas e agitos, botaram a plateia pra dançar – a começar por um cazumbá, que surgiu no corredor lateral, saudando aos presentes com seu balançar.

Sua sonzeira une bases eletrônicas pilotadas por Ehongue, que brinca com efeitos de ecos no microfone, a contrabaixo, pífano e uma cozinha percussiva digna de qualquer batalhão pesado.

Entre os samplers não faltaram Chico da Ladeira, Mestre Felipe, Boi da Fé em Deus e outros nomes da cultura popular do Maranhão, cada vez mais universais dentro do caldeirão sonoro proposto pelo grupo.

Tiago Máci mostrou por que é considerado um dos melhores compositores da nova geração. Sua música, que ele prefere não rotular, é uma mistura de tudo o que o também artista plástico ouviu. De Cesar Teixeira, citado em Mete o amor, forte, música que batiza o show, a rock’n roll e a música cafona, o dito brega.

A plateia não se conteve e acompanhou a maior parte do show de pé, dançando, e acompanhando o cantor em músicas já tidas como clássicos, caso de Samba do fuleiro.

Tiago Máci contou com a participação especial de Marcos Magah, que com ele dividiu os vocais em Eu chamo de coragem, mas pode dar o nome que quiser, parceria de ambos.

“Eu queria chamar ao palco um amigo que, se não fosse por ele, nada do que aconteceu em 2013 e este ano teria acontecido”, disse Máci ao convidar o parceiro a cantar com ele.


A programação completa da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes é inteiramente gratuita e aberta ao público. Segue até 30 de outubro (quinta-feira) e pode ser acessada no site do Sesc/MA ou na aba Programação 2014 deste blogue.

26 de out. de 2014

Exposições fotográficas dialogam com o espaço urbano

Estão em cartaz até o próximo dia 30, na Casa de Nhozinho (Rua Portugal, Praia Grande), as exposições Abstraturbano e Liturgias do Corpo, dos artistas visuais João Cosme e Dinho Araújo, respectivamente.

Uma das fotografias de Abstraturbano, de João Cosme

A primeira é composta por oito fotografias em preto e branco. “São fotografias de lugares na cidade, de detalhes, que é quase impossível dizer o que é ou onde é. São formas que por vezes passam despercebidas”, comenta João Cosme sobre sua primeira exposição individual.

Uma das fotografias de Liturgias do Corpo de Dinho Araújo

Dinho Araújo explica o processo de criação de Liturgias do Corpo: “primeiro eu fotografei modelos em situações de dança, com o corpo em movimento. Depois apliquei esses lambe-lambes em pontos degradados da cidade e finalmente fotografei-os”.

Os corpos fotografados por Dinho Araújo foram aplicados em diversos pontos dos bairros do Renascença e Praia Grande. “Mas o que importa discutir, além de levar outros olhares dos transeuntes para estes pontos, é a libertação espiritual pelo movimento. Os corpos que dançam estão em repouso nas fotografias, mas são dançantes. Emanam afetos, transcendências, ritos. Mostram como a dança é uma liturgia do corpo”, explica.

As exposições Abstraturbano e Liturgias do Corpo integram a programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes. A visitação é gratuita e aberta ao público, das 9h às 18h.


A programação completa da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes pode ser acessada no site do Sesc/MA ou na aba Programação 2014 deste blogue. Todos os eventos são gratuitos e abertos ao público.

Bichos fujões encantam grandes e pequenos

Companhia Cambalhotas apresentou Os Saltimbancos para Teatro Alcione Nazareth completamente lotado

TEXTO: ZEMA RIBEIRO
FOTOS: ROSANA BARROS


Público lotou o teatro Alcione Nazareth para ver Os Saltimbancos

O Teatro Alcione Nazareth, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (Praia Grande), recebeu ontem (25), na programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes, o espetáculo Os Saltimbancos, da Companhia Cambalhotas.

Os ingressos se esgotaram e a plateia estava completamente lotada. O musical, com trilha sonora de Chico Buarque, conta a história de quatro animais – um jumento, um cachorro, uma galinha e uma gata – que fogem de seus donos por conta dos maus tratos.

A Companhia Cambalhotas inova e mescla teatro de bonecos, projeções e atores, encantando não só os pequeninos. A jornalista Deborah Ferreira não poupa elogios: “essa montagem da Cambalhotas é muito melhor do que uma de fora que eu assisti no Arthur Azevedo”, afirmou. Ela levou o filho Raul, de menos de dois anos, e elogiou seu comportamento: “assistiu todinha, quietinho. Um moço na frente, quando se mexia, ele se mexia também para não perder nada de vista”, contou. Ela elogiou a iniciativa do Sesc/MA: “um espetáculo como esse, lotado, mostra que, quando se tem coisa boa, de graça, o povo sai de casa para ver”, disse.



Maria Clara, de cinco anos, gostou bastante do espetáculo, mas elegeu seu bicho preferido: “a gata”, revelou, enquanto esperava na fila para tirar uma foto com o bicho e a bonequeira que lhe dá vida no espetáculo. A advogada Renata Cordeiro levou a filha Malu pela quarta vez para ver o espetáculo da Cambalhotas. “Ela já viu outras montagens, mas só se empolga com essa. É realmente a melhor”, elogiou.

O elenco, ao se apresentar, pediu aplausos para a plateia. “Vocês merecem aplausos por terem lotado esse teatro. É tão difícil fazer teatro no Maranhão, a gente fica feliz quando o público vem prestigiar”, afirmou o diretor Waldemir Nascimento, que agradeceu também ao Sesc/MA pela oportunidade.

A Cambalhotas anunciou que está trabalhando na montagem de Pinóquio, que devem encenar no começo de 2015. No próximo dia 16 de novembro eles voltam a apresentar Os Saltimbancos, dessa vez na Praça Maria Aragão, na programação do Festival Sesi Bonecos do Mundo.

Cinema – Outro espaço do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho que recebeu programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes foi o Cine Praia Grande. Lá foi exibida uma reprise da mostra Tati por inteiro, dedicada à obra do cineasta francês Jacques Tati.


Filmes como Parada, As aventuras do sr. Hulot no trânsito louco, Carrossel da esperança e Meu tio, entre outros, compuseram a programação. Amanhã, nos turnos matutino e vespertino a UEB Camélia Costa Viveiros, no bairro do Coroado, recebe a programação do CineSesc nas Escolas. Na ocasião serão exibidos os curtas-metragens Josué e o pé de macaxeira, Cuida da tua esquerda!, O pescador de sonhos e A escola dos carteiros.

Toda a programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes é gratuita e aberta ao público. A programação completa pode ser conferida na aba Programação 2014 deste blogue e/ou no site do Sesc/MA.

Juju Carrapeta e banda Vagalume visitaram Raposa ontem (25)

O sábado da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes foi dedicado às crianças.

TEXTO: STEPHANY PINHO
FOTOS: MARCOS GATINHO

A programação da 9ª edição da Mostra Aldeia Sesc Guajajara de Artes levou ao município de Raposa uma programação repleta de cor e animação para as crianças de uma das cidades da região metropolitana de São Luís.

As crianças visitaram o mundo imaginário de Juju Carrapeta

Ontem (25), a programação teve início com a apresentação do espetáculo teatral “Juju Carrapeta” do grupo maranhense Teatrodança. A história, que tem como personagens a Serpente (interpretada por Victor Vieira), Don’Ana Jansen (Eline Cunha) e Juju Carrapeta (Julia Emilia) explora de forma lúdica a História e os mitos da Ilha de São Luís.

Explorando o imaginário infantil, os personagens são apresentados de maneira a desconstruir as dicotomias simplistas que são estabelecidas entre o bem e o mal. É o que explica Julia Emilia, diretora do grupo Teatro Dança: “A serpente, que todo mundo acha que é uma coisa do mal, na verdade, se você for ver a filosofia chinesa, ela possui vários locais onde existe um ‘dragão protetor’. Essa Ilha aqui tem o formato da cabeça desse dragão. E nós somos uma ilha vulcânica também, separada por duas pontas muito frágeis. Então, quando esse vulcão tiver qualquer tremor, essas pontas se juntam. Isso é a Serpente: nós somos seguros por alguma força”.

Ela continua: “Assim também é Don’Ana, uma figura que todo mundo acha que só fez o mal, mas ela foi uma mulher que no século XIX abriu muito caminho pra nós mulheres: foi independente, amava quem queria, que fazia de seu corpo o que desejava, então é bom que as crianças vejam os dois lados das coisas e não vejam o lado que a mídia ensina: quem é bruxa é má, quem é serpente não presta, quem é velho ... a velha Juju é uma idosa, e nós estamos vendo que os idosos estão sendo deixados de lado, toda essa nossa ancestralidade”.

Julia conta que o grupo busca trabalhar com recriações das expressões populares do Maranhão, trazendo-as para a cena uma fusão de linguagens artísticas como drama, dança e música. O grupo apresenta sempre trabalhos autorais: “O Mundo Imaginário de Juju Carrapeta” veio do livro e do espetáculo “O Baile das Lavandeiras” – do quais Julia Emilia é autora. “Além desses nós tivemos “O Cerro do Jarau” e o “Bicho Solto Buriti Bravo”, todos eles são para crianças, nós gostamos muito de trabalhar com dramaturgia para crianças”, revela.

Em vários momentos do espetáculo, os personagens referem-se a problemas ambientais da Ilha de São Luís, trazendo também princípios de educação patrimonial, tudo isso de forma lúdica, com vistas a auxiliar no processo de aprendizado do público infantil. Ao final da encenação, foram feitas algumas perguntas numa breve gincana com o objetivo de perceber a recepção do público. Duas espectadoras receberam como premiação um exemplar do livro “O Baile das Lavandeiras”, de autoria de Julia Emilia.

Crianças na Piracema Criativa de Ghuga Távora


Piracema – No intervalo, as crianças puderam apreciar e interagir com a exposição fotográfica Piracema Criativa e o projeto Floreando Palavras, do arte-educomunicador Ghustavo Távora. Em seguida, a programação teve continuidade com a banda Vagalume, que trouxe ao palco vários clássicos da música infanto-juvenil, desde canções do lendário Balão Mágico até uma releitura da Galinha Pintadinha em tirmo de reggae.

Banda Vagalume levou diversidade às crianças de Raposa

A apresentação agitou meninos e meninas, que interagiram com a banda de forma muito carinhosa e espontânea. Ao longo do show, a vocalista Fernanda Monteiro comentava sobre os gêneros musicais presentes nos arranjos. Ela explica que a proposta do grupo, surgido em 2012, era trazer um repertório infantil que não subestimasse, resgatando algumas coisas de brincadeira de roda e musicas que as crianças escutam e gostam, no sentido de fazer algo divertido, lúdico.


O grupo, que também faz shows particulares, pretende trazer aos pequenos um processo de musicalização, valorizando a facilidade do aprendizado próprio do público infantil.

25 de out. de 2014

Noite de rock encerrou segundo dia da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes

Programação aconteceu no Ceprama e teve como atrações o DJ Jair Bar Rocko, a banda maranhense de rock progressivo Canyon e a banda paulista Violeta de Outono, que se apresentou pela primeira vez no Maranhão

REDAÇÃO: STEPHANY PINHO
FOTOS: MARCOS GATINHO



Na noite de ontem (24) o rock marcou presença na 9ª edição da Aldeia Sesc Guajajara de Artes. Para levar ao público o universo do gênero musical que rapidamente se espalhou pelo mundo e desembarcou no Brasil no fim da década de 50, o DJ Jair Bar Rocko – aquele mesmo, ‘figura carimbada’ do Centro histórico, proprietário de um bar na Praia Grande – trouxe aos presentes ao Ceprama, na Madre Deus, um repertório  variado, com clássicos do jazz e do blues, além do rock e do metal.



Em seguida, foi a vez da banda Canyon que, formada desde 2009 por Leo Vieira (baixo e voz), Jobson Machado (guitarra e voz) e Ramon Silva (bateria e voz), já possui ouvintes cativos do bom rock progressivo presente nas músicas autorais do grupo, que já lançou dois CDs: Elegy For The King (2012) e Canyon (2014). A apresentação, que teve início com Farewell, envolveu o público gradativamente na execução de outras músicas como Iron Giant, Questions No Answers e Fight Them, que expressam a sonoridade da banda que tem como referência o rock dos anos 60 e 70.

Ruthiane Damasceno Barroso compareceu ao show acompanhada de seu esposo e do filho de 10 anos. Ela explica que gosta de acompanha-lo em eventos como esse. Músico e empresário de um estúdio de ensaio para bandas, Francisco, o marido, já acompanha o trabalho da banda Canyon há um tempo. Ruthiane comenta que os shows de rock na cidade, quando acontecem, além de ser pagos, nem sempre contam com uma boa organização. Preocupada com a segurança da família, comentou: “quando soube que ia ter aqui no CEPRAMA e que era o Sesc que estava organizando eu disse ‘ah, a gente vai lá! Com certeza vai ter segurança e vai ser bem organizado!”.



A banda Violeta de Outono expressou no palco toda a maturidade de uma banda que conta 30 anos de estrada e já possui mais de 10 CDs lançados. Trouxe em seu repertório canções do álbum Volume 7 (2007) e do último álbum, Espectro (2012). A apresentação foi um sucesso para o público da Aldeia Sesc, o que levou muitos a adquirirem os exemplares dos CDs trazidos pela produção da banda.

A atual formação em quarteto vem ao longo dos últimos 10 anos conquistando prestígio internacional, mantendo acesa a chama do rock progressivo tão característico do grupo, que originalmente surgiu com a proposta de fazer um som psicodélico, como explica Fabio Golfetti, guitarrista e vocalista da banda: “a gente queria que fosse sempre psicodélico, só que era anos 80 e nos anos 80 você não tinha divulgação de música psicodélica”. Ele ri ao comentar com o baixista Gabriel Costa sobre as piadas acerca dos ácidos que seriam fonte de inspiração pra bandas que desejavam seguir um padrão sonoro “mais lisérgico”.

Gabriel Costa, por sua vez, expressa a satisfação do grupo diante da experiência de tocar pela primeira vez em um palco maranhense: “quando a gente consegue tocar em lugares que a gente nunca tocou antes... isso é muito bom! E quando a gente encontra a receptividade do público, como vocês mostraram, isso ressoa dentro da gente de uma maneira que incentiva a gente a continuar tocando”. Ele comentou ainda sobre a Canyon: “Rock progressivo do Maranhão! Os caras mantém vivo no Maranhão o rock progressivo, que é um tipo de rock que a gente também gosta!”. O músico também comentou a atuação do Sesc em benefício da cultura: “O Sesc, nossa, não tenho palavras pra descrever! É um pilar fundamental, eu diria, para a cultura no Brasil inteiro, o jeito que o Sesc fomenta  cultura e apoia o pessoal que tá começando, o pessoal que não tá começando mas é independente  e grandes artistas também, então a gente ama o Sesc, não temos palavras assim, eu acho um trabalho muito legal, um retorno pra sociedade!”

Carol Bjil, produtora da Revista Bezouro, publicação que já havia enfocado o trabalho da Canyon, comentou a 9ª edição da Aldeia Sesc Guajajara de Artes: “eu tô achando superbacana essa história de ser descentralizado e ocupar outros espaços públicos da cidade”, elogiou.

Emoções diversas e profundas

DO BLOGUE DE ZEMA RIBEIRO
FOTO: DANIEL SENA



Silvero está sozinho no palco. Quase só. Um músico ao piano o acompanha. Ele canta e dança. De repente despe o vestido vermelho e escreve no próprio corpo. Seu nome. Gisele. Uma personagem que surgiu e que hoje ele mesmo não se sabe onde termina o ator e começa a personagem. Ambos fundem-se num só corpo.

O ator conta a história de Gisele e de vários outros travestis, transexuais e transformistas. BR Trans, monólogo da companhia cearense As Travestidas, equilibra-se numa linha tênue entre o bom humor e a desgraça. O espetáculo, vencedor do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga 2014, é dirigido por Jezebel De Carli e encenado pelo ator Silvero Pereira, que também assina cenário, figurino, maquiagem e adereços – do palco, ele mesmo opera a luz.

Sem perder a graça e o rebolado, aponta para questões latentes de nosso cotidiano, como o universo LGBT, a homofobia e a necessidade de combatê-la, dentro e fora de sua própria casa, a ineficiência do sistema educacional, e da sociedade em geral, em lidar com “o diferente” e a impunidade quase geral para crimes de motivação homofóbica.

BR Trans lida com o desconhecido: o “medo” que a sociedade tem de corpos parados nas esquinas escuras da noite é o medo que lhes domina cotidianamente: medo da violência, da intolerância, da morte. Tudo isso envolto em uma atmosfera de pura arte, beleza e poesia. Sublime, BR Trans desperta risos e lágrimas na plateia.

24 de out. de 2014

Aberta em grande estilo a 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes

REDAÇÃO: ZEMA RIBEIRO
FOTOS: DANIEL SENA

Interação entre artistas e público marcou primeiro dia do evento




A Rua Grande, principal via do comércio da capital maranhense, ficou ainda mais quente, movimentada e colorida na tarde de ontem (23). É que por lá passou o cortejo artístico de abertura da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes, que antecipou a letra da canção de Chico Buarque: “cada paralelepípedo da velha cidade esta tarde vai se arrepiar”.

Cuspidores de fogo, pernas de pau, malabares, músicos, atores e “tudo em quanto” é tipo de artistas saíram do Sesc Deodoro para a praça Nauro Machado, onde se concentrava a programação inaugural do evento, definitivamente incorporado no calendário cultural do Maranhão.

“É motivo de orgulho para o Sesc/MA poder proporcionar a comerciários e à população em geral esta grande festa, esses oito dias de programação, que é a Aldeia Sesc Guajajara de Artes. O evento vem crescendo ano após ano, e é cada vez mais bem recebido pelo público”, afirmou Carol Aragão, coordenadora do Núcleo de Artes Cênicas, Música e Técnica do Sesc/MA e produtora executiva da Aldeia.



Por onde o cortejo passava era comum uma breve parada de vendedores e clientes para apreciar alguns instantes de pura magia. O vendedor Israel de Jesus, 26, gostou do que viu no cortejo. “É muito bom! Mostra um pouco de nossa cultura, tem um pouco de tudo, circo, bloco tradicional. Acho que devia acontecer mais vezes”, comentou.

Marluce Santos, 26, vendedora, tem opinião parecida. “É muito bonito, tanta coisa junta”, admirou-se. Indagada sobre o que mais gostou, não hesitou em responder: “a mulher cuspindo fogo”.



Os diversos grupos artísticos que integraram o cortejo foram recepcionados na praça por um público ansioso. A festa estava só começando. Sem atraso, o DJ Franklin botou a galera pra dançar com sua mistura de samba, pop, reggae e manguebeat, anunciando um pouco do que estava por vir.

Logo em seguida era a vez de Madian e o Escarcéu mesclar ao repertório de seu premiado Sinfonia de Baticum, músicas inéditas, na pegada característica da banda, que funde rock a elementos da cultura popular do Maranhão.

Na sequência era a vez da grande atração da noite. Os pernambucanos da mundo livre s/a, uma das bandas fundadoras do movimento Manguebeat fizeram um passeio pelo repertório de seus discos, com destaque para Samba esquema noise, cuja reedição em vinil pode ser adquirida por alguns felizardos interessados.

O disco, que figura entre os mais importantes da música pop produzida no Brasil no século passado, está completando 20 anos de lançado em 2014. Fredzeroquatro não escondeu a alegria em tocar pela primeira vez em São Luís, agradecendo o convite do Sesc/MA e proporcionando alegria e motivos para dançar ao público que lotou a praça Nauro Machado.



Fred Zeroquatro e companhia passearam pelo repertório da banda, em sua pegada característica que inclui samba com guitarra, punk com cavaquinho e muitos elementos da música popular de Pernambuco. No show, músicas mais conhecidas como Meu esquema, e também lembranças dos parceiros de Nação Zumbi. As bandas recentemente dividiram disco, em que uma tocava o repertório da outra, chegando a figurar no top five do itunes. Da Nação Zumbi a mundo livre s/a tocou Meu maracatu pesa uma tonelada.

“Foi um show incrível! O mundo livre é uma banda fantástica, botou pra quebrar, botou todo mundo pra dançar. O Sesc/MA está de parabéns”, afirmou a estudante Jéssica Ribeiro, 23.




A quem não estava satisfeito, a noite ainda estava por terminar. A programação denominada Caia na Rede, promove a inclusão de atividades culturais já estabelecidas na cidade na 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes. Ontem foi a vez de A Vida é uma Festa, capitaneada pelo poeta e músico ZéMaria Medeiros, com um sem fim de canjeiros, entre conhecidos e anônimos. Além do anfitrião, acompanhado pela Casca de Banana – “a banda que não escorrega no som” –, passaram pelo palco Omar Cutrim e Costelo, entre outros. Pernambucano radicado em Brasília/DF, a trabalho em São Luís, o advogado Fernando Matos gostou muito do que viu. "Para mim foi uma grata surpresa rever a turma do mundo livre s/a, o som estava perfeito e a interação entre banda e público foi fantástica. E está valendo muito a pena também conhecer manifestações autênticas de São Luís, como essa grande festa informal de que estamos participando", elogiou, citando o espetáculo A Vida é uma Festa.

23 de out. de 2014

Violeta de Outono se apresenta pela primeira vez em São Luís

Show da banda paulista acontece amanhã (24), no Ceprama, na programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes



O segundo dia de programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes também é de estreia. Depois de a noite inaugural trazer pela primeira vez à São Luís a banda pernambucana mundo livre s/a, nesta sexta (24), às 22h30, no Ceprama (Madre Deus), é a vez de o público ludovicense receber os paulistas da Violeta de Outono.

Com 30 anos de estrada, a banda é formada por Fabio Golfetti (guitarra e vocal), Gabriel Costa (contrabaixo), José Luiz Dinola (bateria) e Fernando Cardoso (órgão, piano e synth). O vocalista e guitarrista é o único remanescente da formação original, em que beberam em fontes como Pink Floyd e Beatles.

Seu primeiro disco, homônimo, foi lançado em 1987. Um ano antes, haviam lançado um EP, também homônimo. Depois seguiram-se The early years (1988), Em toda parte (1989), Eclipse (1995), Mulher na montanha (1999), Live at Rio Artrock Festival ’97 (2000), Ilhas (2005), Violeta de Outono & Orquestra (2006), Volume 7 (2007), Seventh Brings Return – A Tribute to Sid Barret (2009, dvd), Theatro Municipal, São Paulo 03.05.2009 (2011) e Espectro (2012).

Com sua mescla de progressivo, pós-punk, dark e gótico, o Violeta de Outono vem conquistando cada vez mais fãs ao longo dos anos, apesar de se manter paralela ao mainstrean. Uma espécie de “best of” da carreira será apresentado ao público do Ceprama, amanhã (24).

Abertura – Figura lendária da paisagem do centro histórico da capital maranhense, o DJ Jair Bar Rocko abrirá a programação de sexta-feira, no Ceprama. Proprietário de um bar na Praia Grande, ele tocará o que costuma servir no cardápio sonoro a seus clientes. Uma mistura eclética que vai de jazz e blues a rock e metal. Sua discotecagem tem início às 20h.

Depois dele é a vez da banda maranhense Canyon, cujo rock progressivo dialoga diretamente com a Violeta de Outono. O trio sobe ao palco às 21h. Formada em 2009 por Leo Vieira (contrabaixo e voz), Jobson Machado (guitarra e voz) e Ramon Silva (bateria e voz), o grupo apresentará repertório de seus dois trabalhos: Elegy for the King (2012) e Canyon (2014).

O repertório autoral, diretamente influenciado pelo hard rock e progressivo das décadas de 1960 e 70 já é conhecido de diversos públicos de São Luís, sua cidade natal, em cujos palcos a banda tem se apresentado com frequência.

Entre as principais influências eles destacam King Crimson, Dust, Genesis, Icecross, Rush, Queen, Camel e Jethro Tull, além dos brasileiros Mutantes, Secos & Molhados e O Terço.

A programação de sexta-feira se encerra com o Caia na Rede, quando a 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes visita iniciativas artísticas que já acontecem na cidade. Amanhã (24) é a vez de produção, artistas e público visitarem o Tambor de Crioula do Mestre Amaral, na Praça Pedro II, no Centro de São Luís. Na ocasião haverá a tradicional roda de tambor de crioula e discotecagem da Rádio Casarão.

Programação – Confira a programação completa de sexta-feira (24).

Dia 24/10 (sexta-feira)

9h às 18h – Exposição Fotográfica – “Abstraturbano” – João Cosme/MA – Casa de Nhozinho
9h às 18h – Exposição fotográfica "Liturgias do Corpo" (2014) - Dinho Araújo/MA – Casa de Nhozinho
10h às 17h - Instalação Artística: João Carlos Pimentel/MA, Adrianna Karlem/MA – Dois por Cinco – Terminais de Integração 
12h – Discotecagem Selecta Groove/RS – Restaurante Sesc Deodoro
12h – Performance “És Redoma – Experimento Aéreo” – Núcleo de Formação Artística/MA Área de Vivência do Sesc Deodoro
12h30h – Intervenção urbana “Ou Isto ou aquilo” – Drao Teatro da (IN)Constância/MA Área de Vivência do Sesc Deodoro
15h – Concerto Sesc Instrumental – Auditório Liceu Maranhense
17h – Intervenção urbana “Aiyê” – Núcleo de Formação Artística/MA – Praça Nauro Machado  
18h – Espetáculo teatral “Tenho a leve impressão que lhe conheço” – Drao Teatro da (IN)Constância/MA  - Teatro Cidade de São Luís
19h – Espetáculo teatral “ZEN” – Cia. Direto da Fonte/MA - Teatro Alcione Nazareth
20h – Espetáculo teatral “BR Trans” – Coletivo As Travestidas/CE - Teatro Arthur Azevedo

AÇÃO FORMATIVA
Mesa de Diálogos: “Tecendo Redes”
Participantes: Ghustavo Távora/PE, Maria Cristina Bunn/PR (UFMA), Fernanda Gomes/MG e Ricardo Marinelli/PR
Dia: 24/10
Horário: 9h às 11h
Local: Auditório A - Mário Meirelles (CCH-UFMA)

TURU
24/10
Colégio Vinícius de Moraes
9h às 12h
“Josué e o Pé de Macaxeira” – 12’
“Cuida da tua esquerda!” (1936) – 12’
14h às 17h
“Josué e o Pé de Macaxeira” – 12’
“Cuida da tua esquerda!” (1936) – 12’

CINE PRAIA GRANDE
Mostra Temática “Tati por inteiro”
Aberto para a comunidade em geral.
24/10
18h - “Carrossel da Esperança” (1949) – 77’
19h20 - “As férias do Sr. Hulot” (1953) – 74’
20h35 - EXIBIÇÃO DE CURTAS-METRAGENS:
“Cuida da tua esquerda!” (1936) – 12’
“A escola dos carteiros” (1947) – 15’

Shows CEPRAMA
20h – Discotecagem Jair Bar Rocko/MA
21h – Canyon/MA
22h30 – Violeta de Outono/RJ

Toda a programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes é gratuita e aberta ao público. A programação completa pode ser acessada no site do Sesc/MA.

22 de out. de 2014

Tecendo redes: artistas comentam suas presenças na 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes

A 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes começa amanhã (23), com um cortejo artístico que seguirá da Biblioteca Pública Benedito Leite, na Praça Deodoro, até a Praça Nauro Machado, na Praia Grande. A concentração tem início às 15h30.

O encontro de diversas linguagens artísticas marca a abertura do maior evento de arte e cultura do Maranhão, cuja programação, completamente gratuita, segue até o dia 30 de outubro, em São Luís e Raposa.

Ao longo do trajeto, as ruas do centro da capital maranhense serão enfeitadas pela arte do Maracatuque Upaon Açu, Núcleo de Formação Artística O Circo tá na Rua, Trupe de Habilidades Circenses, Grupo Officina Affro, Grupo de Artes Maria Aragão (Gamar), Banda do Bom Menino, Xangô Caô (TSI/Sesc), contando ainda com o intervencionismo arte educativo “Piracema Criativa” da Imaginautas_Rede Social.

A trupe será recepcionada às 18h na Praça Nauro Machado, onde acontecerá o Brechó no Olho da Rua, cujo nome surgiu por conta de um despejo, passando o mesmo a funcionar em diveros espaços públicos, de forma itinerante. Dialogar com ações culturais que já acontecem na cidade, caso do brechó, é o mote da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes, cujo tema é “Tecendo Redes”.



Um dos mais refinados e requisitados DJs de São Luís, Franklin Santos, ou simplesmente DJ Franklin, sobe ao palco da Nauro Machado às 19h. Ele comenta a alegria em participar novamente da Aldeia: “é uma grande alegria, ainda mais dividindo a noite com uma das bandas que mais escutei, ao lado de Chico Science e Nação Zumbi, é realmente um sonho”, afirmou, referindo-se aos pernambucanos da mundo livre s/a. “Estou programando uma mistura de reggae, samba e manguebeat para rolar naquele lugar fantástico que é a praça Nauro Machado, outra magia à parte, ambientando tudo isso”, adiantou.


A banda Madian e O Escarcéu, com o premiado Sinfonia de Baticum, também está na programação de abertura da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes, a partir das 20h. O repertório não se limitará ao disco: “Serão executadas em “primeira mão” na ilha canções como Sal de cigana e Terremoteou, que em breve estarão num lançamento do grupo, o álbum Nonada”, adianta o baixista Miguel Ahid.

Para Madian, estar junto de todos os artistas, tornando a noite uma festa, dá “uma sensação de bem estar. Afinal, lugar de índio urbano, lugar de metal do mato, é na aldeia mesmo. E – sendo maranhense – um legítimo tupinambá, é guajajara na veia”, afirma.

“Temos um respeito enorme por todo o trabalho, história e carreira dos expoentes da música pernambucana, de Luiz Gonzaga a Alceu Valença, passando por Chico Science, Nação Zumbi, mundo livre s/a e tantos outros. Todos eles – juntos com outros grandes nordestinos como João do Vale, Ednardo, Jackson do Pandeiro, são exemplos da grandiosidade da força e influência abissal do folclore nordestino na cultura do país”, afirma Erico Monk, que completa a formação do trio.

A banda pernambucana mundo livre s/a, um dos nomes mais importantes do movimento Manguebeat, que eclodiu no início da década de 1990, em Recife, sobe ao palco da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes às 21h30. O repertório passeará por todos os seus discos, com especial destaque para o de estreia, Samba esquema noise, que em 2014 completa 20 anos de lançado.


Para ZéMaria Medeiros, poeta e músico que comanda A Vida é uma Festa, evento semanal que acontece ininterruptamente desde 2002, na Praia Grande, integrar-se à programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes é uma forma de reconhecimento. “O Sesc, ao nos incluir em sua programação, coloca-nos em sua rede de diálogo com as diversas manifestações artísticas, o que nos fortalece. É o reconhecimento por um trabalho continuado de afirmação do nosso fazer artístico, do valor que a cultura tem para integrar as pessoas e sinergizar rumo a um mundo harmônico, plural, de paz”, enfatiza.


Este clima de confluência pauta toda a programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes.