TEXTO: STEPHANY PINHO
FOTOS: DANIEL SENA
Na noite do último domingo (26), a programação “Caia na Rede”
da 9ª edição da Aldeia Sesc Guajajara de Artes aconteceu na Praça Nossa Senhora
de Nazaré. Lá, há mais de um ano, acontece a ocupação do Movimento Sebo no
Chão, todos os domingos, após o pôr-do-sol. A inciativa independente tem como
objetivo ocupar com arte e cultura o espaço público, fornecendo uma alternativa
de lazer descentralizada aos que moram distante dos centros culturais como o
bairro da Praia Grande, no Centro Histórico.
Além do Brechó Patas em Ação e da venda de livros de
Diego Pires, que dá nome ao movimento, a praça também serviu aos que queriam
colocar à venda produtos personalizados, como camisetas, bolsas, além da
comidinha vegan de Cybele Oliveira. Paralelo a isso, a fotógrafa Samara
Silvestre, participante ativa da ocupação, pode expor sua série intitulada Da mundialização-bairro ao bairro mundo,
formada por fotografias realizadas no bairro do Cohatrac. Quem também estava lá
era o escritor e editor Bruno Azevêdo, vendendo lançamentos de sua editora, a
Pitomba! livros e discos. Dia 4 de novembro, na Feira do Livro de São Luís, ele
lança Em ritmo de seresta, fruto de
sua dissertação de mestrado, com ensaio fotográfico de Márcio Vasconcelos.
A primeira apresentação ficou por conta do artista Gilson César apresentou o espetáculo Um dia de clown. O músico, cantor e compositor, Tammys
Loyola fez uma bela apresentação onde pode-se constatar que o artista já possui
um público cativo que conhece seu trabalho, em grande parte autoral, com letras
e arranjos elaborados em conjunto com diversos amigos e parceiros. Tammys
iniciou sua apresentação com a música Caí
da Canoa, arrancando muitos aplausos do público presente, que cantou junto
quando o músico tocou Sem Pé nem Cabeça.
Essas e outras canções como Mão Pequena
estarão presentes no primeiro CD do artista, intitulado 24 Dias Por Hora, prestes a ser lançado.
Tammys comenta sua experiência no Sebo no Chão: “Eu
comecei tocando de forma bem precária aqui no Movimento Sebo no Chão, porque eu
toco desde o primeiro evento. Então, desde quando não tinha nenhum recurso, a
gente já tentava fazer uma coisa legal aqui, até nos primeiros protótipos de
Sebo, que era o Sebo na Garagem, organizado pela antiga galera do blog Ponto
Continuando, a gente tentava fazer algo parecido com isso, uma espécie de
embrião do que hoje está se tornando o Sebo no Chão. E ocupar um espaço como a
praça pra reunir as pessoas num dia de domingo, que é um dia que normalmente é
um pouco tedioso e mostrar um pouco de cultura, um pouco de música, vender ou
comprar um livro legal, comer uma comida gostosa e encontrar gente pra
conversar e trocar uma ideia... essa é a única finalidade.”
O artista afirma que ficou surpreso quando soube da
parceria entre o Sesc e o movimento e comenta sua reação: “Poxa, vai ter isso
mesmo?! Eu não acredito, cara!”. Ele conclui: “e hoje, o resultado disso é que
nós estamos tendo o maior Sebo no Chão de, sei lá, todos os tempos! Nunca vi
tanta gente reunida aqui nessa praça! E serve pra isso: esse apoio, se não
viesse, continuaria acontecendo, mas agora o Sebo no Chão se mostra mais forte
do que antes!”.
A noite seguiu com a apresentação do músico, cantor
e compositor Sfanio Mesquisa, que fez uma dobradinha com Tammys. Logo depois
era a vez da banda Trincheiras e nem sob a ameaça de uma segunda-feira a praça
esvaziou. Por volta das 22 horas o grupo inciou sua apresentação. A noite reservaria
ainda ao público presentes as apresentações das bandas Telúricos e Sulfúrica
Bili, que realizava o pré-lançamento do CD Grande
Bola de Fogo.