A 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes começa amanhã (23), com
um cortejo artístico que seguirá da Biblioteca Pública Benedito Leite, na Praça
Deodoro, até a Praça Nauro Machado, na Praia Grande. A concentração tem início
às 15h30.
O encontro de diversas linguagens artísticas marca a
abertura do maior evento de arte e cultura do Maranhão, cuja programação,
completamente gratuita, segue até o dia 30 de outubro, em São Luís e Raposa.
Ao longo do trajeto, as ruas do centro da capital maranhense
serão enfeitadas pela arte do Maracatuque Upaon Açu, Núcleo de Formação
Artística O Circo tá na Rua, Trupe de Habilidades Circenses, Grupo Officina
Affro, Grupo de Artes Maria Aragão (Gamar), Banda do Bom Menino, Xangô Caô
(TSI/Sesc), contando ainda com o intervencionismo arte educativo “Piracema
Criativa” da Imaginautas_Rede Social.
A trupe será recepcionada às 18h na Praça Nauro Machado,
onde acontecerá o Brechó no Olho da Rua, cujo nome surgiu por conta de um
despejo, passando o mesmo a funcionar em diveros espaços públicos, de forma
itinerante. Dialogar com ações culturais que já acontecem na cidade, caso do
brechó, é o mote da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes, cujo tema é “Tecendo
Redes”.
Um dos mais refinados e requisitados DJs de São Luís,
Franklin Santos, ou simplesmente DJ Franklin, sobe ao palco da Nauro Machado às
19h. Ele comenta a alegria em participar novamente da Aldeia: “é uma grande
alegria, ainda mais dividindo a noite com uma das bandas que mais escutei, ao
lado de Chico Science e Nação Zumbi, é realmente um sonho”, afirmou,
referindo-se aos pernambucanos da mundo livre s/a. “Estou programando uma
mistura de reggae, samba e manguebeat para rolar naquele lugar fantástico que é
a praça Nauro Machado, outra magia à parte, ambientando tudo isso”, adiantou.
A banda Madian e O Escarcéu, com o premiado Sinfonia de Baticum, também está na
programação de abertura da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes, a partir das 20h.
O repertório não se limitará ao disco: “Serão executadas em “primeira mão” na ilha
canções como Sal de cigana e Terremoteou, que em breve estarão num
lançamento do grupo, o álbum Nonada”,
adianta o baixista Miguel Ahid.
Para Madian, estar junto de todos os artistas, tornando a noite
uma festa, dá “uma sensação de bem estar. Afinal, lugar de índio urbano, lugar
de metal do mato, é na aldeia mesmo. E – sendo maranhense – um legítimo
tupinambá, é guajajara na veia”, afirma.
“Temos um respeito enorme por todo o trabalho, história e
carreira dos expoentes da música pernambucana, de Luiz Gonzaga a Alceu Valença,
passando por Chico Science, Nação Zumbi, mundo livre s/a e tantos outros. Todos
eles – juntos com outros grandes nordestinos como João do Vale, Ednardo,
Jackson do Pandeiro, são exemplos da grandiosidade da força e influência
abissal do folclore nordestino na cultura do país”, afirma Erico Monk, que
completa a formação do trio.
A banda pernambucana mundo livre s/a, um dos nomes mais
importantes do movimento Manguebeat, que eclodiu no início da década de 1990,
em Recife, sobe ao palco da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes às 21h30. O repertório
passeará por todos os seus discos, com especial destaque para o de estreia, Samba esquema noise, que em 2014 completa
20 anos de lançado.
Para ZéMaria Medeiros, poeta e músico que comanda A Vida é
uma Festa, evento semanal que acontece ininterruptamente desde 2002, na Praia
Grande, integrar-se à programação da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes é uma
forma de reconhecimento. “O Sesc, ao nos incluir em sua programação, coloca-nos
em sua rede de diálogo com as diversas manifestações artísticas, o que nos
fortalece. É o reconhecimento por um trabalho continuado de afirmação do nosso
fazer artístico, do valor que a cultura tem para integrar as pessoas e
sinergizar rumo a um mundo harmônico, plural, de paz”, enfatiza.
Este clima de confluência pauta toda a programação da 9ª.
Aldeia Sesc Guajajara de Artes.