Diversas linguagens em mais de 12 horas de programação
marcaram encerramento da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes, maior evento de
arte e cultura do Maranhão
Overdose. O excesso de drogas já nos tirou diversos ídolos.
A palavra maldita e seu significado remontam a tragédias. Mas um trocadilho seu
indica outra coisa, uma vez por ano, em São Luís do Maranhão.
Over12 é a festa de encerramento da Aldeia Sesc Guajajara de
Artes, evento já consolidado no calendário cultural do Maranhão como o maior
evento de arte e cultura do estado, realizado por estas plagas desde 2006.
Como o nome entrega são 12 horas de programação
ininterrupta, espécie de síntese do que são os oito dias de evento: música,
circo, dança, intervenções, teatro, artes plásticas. Festa, enfim. E muito
mais!
A programação começou ao meio dia, na hora do almoço, na
área de vivência do Sesc Deodoro, com a discotecagem Selecta Groove, duo
formado por uma maranhense e um gaúcho – eles voltariam a se apresentar à
noite, na praça Nauro Machado (Praia Grande), que concentrou boa parte das
atividades da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes.
Entre intervenções, instalações e performances, o penúltimo
dia de outubro guardava também a morte do Boi Brilho do Sesc, que ocupou a
tarde de brincantes e público na mesma área de vivência do Sesc Deodoro. “O
massa da Aldeia é que tem espaço pra tudo. Vêm coisas modernas, mas nossa
cultura popular não é esquecida”, comentou a comerciária Silvia Rosana.
Discos, livros, dvds, roupas, assessórios. Tudo usado, em
bom estado e a preço bom. O Brechó no Olho da Rua também integrou a programação
Over12 da Aldeia Sesc. “Estar ali no brechó com minha marca de saias artesanais
foi me sentir parte do movimento que estimula e valoriza a criatividade. E o Sesc
integrando o brechó na programação pensa sobre essas questões e articula também
uma ação”, comemorou Larissa Régia, proprietária da loja e blogue We Love
Skirts. O tema “Tecendo redes”, da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes tinha entre
seus objetivos integrar ações culturais já desenvolvidas no Maranhão à
programação do evento.
Larissa comenta ainda ter sido surpreendida pela programação
de encerramento da Aldeia. “É sempre muito bom, mas foi bem além do que eu
esperava”, afirmou, comentando a discotecagem da Rádio Casarão e as
apresentações do Loopcínico, La Tabaquera – duo pernambucano formado pelos djs
e vjs Alessandra Leão e Caçapa – e os paulistas do Afroelectro.
A noite musical na Praia Grande resumia e expandia a Ilha,
pulsante e vibrante feito um coração sadio. As fusões promovidas pelas atrações
da noite revelavam a vocação plural da capital maranhense, não à toa apelidada
Ilha do Amor – naquela noite véspera do dia das bruxas em especial, do amor
pela música.
A Jamaica brasileira recebeu bem a pesquisa da Rádio
Casarão, a mistura de ritmos da cultura popular com bases eletrônicas de
Loopcínico e Afroelectro e também as ondas caribenhas da La Tabaquera, em
merengues, cumbias e otras cositas mas que evocam justamente a chegada do
reggae que haveria de nos dar um de nossos mais reconhecidos epítetos.
Enganou-se quem pensava que eram apenas 12 horas de Over12.
A estica da noitada terminou nA Vida é uma Festa, quando a programação Caia na
Rede da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes visitou o evento semanal realizado
há – coincidência! – 12 anos por ZéMaria Medeiros.
Ano após ano a Aldeia tem crescido. Uns arriscaram dizer que
esta foi a melhor edição do evento. Outros já preveem a de ano que vem, ocasião
mais que especial em que se chegará ao redondo 10 – que bem poderia ser a nota
do Sesc por tão importante feito.