No domingo (27), a 8ª
Aldeia Sesc Guajajara de Artes exibiu espetáculos infantis e montagens
contemporâneas nos principais teatros. Na Praça Nauro Machado houve show de
grupos de choro.
O
Centro Histórico de São Luís ganhou no domingo passado (27) uma atmosfera
poética por conta da programação da 8ª Aldeia Sesc Guajajara de Artes.
Espetáculos infantis, peças teatrais e apresentações musicais atraíram para os
principais teatros e Praça Nauro Machado um público desejoso por cultura e
arte.
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O
ator-manipulador Paulo Martins começa dizendo: “Ninguém está só para sempre.
Valorize os momentos de encontro”. Usando uma pequena mesa como palco, ele
convida a todos a entrar na fantasia do faz-de-conta ativando a memória e a
ludicidade de adultos e crianças. Xícaras, bules, louças e outras porcelanas
vão servindo de personagens na contação da história. Depois do final feliz,
todos são servidos com chá de pêssego e deliciosos biscoitos.
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Paulo
explicou que a ideia para o espetáculo veio a partir das memórias de sua avó.
Uma mulher inglesa que casou com um negro africano para sair de casa. O casal
foi morar na Bahia e por muito tempo ela não conseguia demonstrar afeto entre
os familiares. Transformar o Chá das Cinco em hábito cotidiano e generoso foi a
maneira que ela encontrou de se aproximar dos seus afetos.
No
Teatro de Bonecos o ator é também um tipo de poeta e dramaturgo. Os espetáculos
são criados a partir da memória e experiência pessoal de cada um. E a memória
individual do manipulador vai tocando nas memórias coletivas do público. Este
tipo de gênero teatral trabalha com metáforas que fazem pensar, educar e
sensibilizar a plateia, com uma nova linguagem na forma de fazer teatro. Os
atores estão sempre à vista e são, na maioria das vezes, autores das suas
próprias histórias.
Há
22 anos a Cia. Gente Falante pratica este tipo de teatro no Brasil. O gênero já
possui tradição na Europa, tendo iniciado no começo da década de 1980, na
França, a partir de trabalhos desenvolvidos pela artista Katy Deville. Ele não
possui uma teoria, mas diversas visões cenográficas e teatrais. Em junho deste
ano, aconteceu em Florianópolis o Festival Internacional de Teatro de Objetos.
No
final, a mensagem que permanece é a reflexão sobre as coisas cotidianas e um
exercício em ver outras coisas através dos objetos, tocando na intimidade de
cada espectador. Um tipo de espetáculo que exige calmaria em tempos de pressa e
racionalidade.
Velhos Caem do Céu
como Canivetes
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Há
um jogo de palavras no discurso entre os dois opostos. O homem gosta de ler e
usar palavras bonitas. O ser alado solta expressões em língua desconhecida,
busca identificações no espaço do quintal do homem. Entre os dois há a sombra
da fome, a necessidade de sobreviver. Entre a esperança de um e a resignação do
outro há uma disputa. Fica a dúvida sobre quem encerrou seus destinos.
Na
programação da Aldeia Sesc, o grupo, formado pelos atores Jorge Choairy,
Cláudio Marconcine, e pelo diretor Marcelo Flecha, vai oferecer na cidade de
Caxias uma oficina de teatro, no dia 07 de novembro, na Sala de Cultura
Martinha Cruz. No mesmo espaço haverá apresentação do espetáculo nos dias 06
(com duas sessões, 19h30 e 20h30) e 07 de novembro (às 20h30).
A
noite foi do choro e da música brasileira na Praça Nauro Machado, a partir das
19h, com os shows do violonista João Pedro Borges e a cantora Célia Maria e o
encontro inédito dos grupos Instrumental Pixinguinha e Regional Tira-Teima.
A
apresentação foi uma reedição do “Recital de Música Brasileira”, projeto
realizado há dez anos no Teatro Arthur Azevedo com a apresentação da dupla e um
grupo regional de choro.
O
encontro entre João Pedro Borges e Célia Maria foi dividido em duas partes. No
primeiro momento, o violonista apresentou clássicos da canção instrumental
brasileira, como Choro Nº 1 (Heitor Villa-Lobos), Tenebroso (Ernesto Nazareth),
Interrogando (João Pernambuco) e Choro Triste Nº1 (Garoto). Depois, foi a vez
de chamar ao palco a cantora Célia Maria para interpretar canções de grandes
compositores da música popular brasileira. Parcerias de Chico Buarque com Tom
Jobim (Olha Maria, Piano na Mangueira e Tema de Amor de Gabriela), com João
Bosco (Sinhá), com Cristóvão Bastos (Todo Sentimento) e de próprio punho (Velho
Francisco), além de canção de Jayme Ovalle e Manuel Bandeira (Azulão) e
composição de João Pedro Borges (Porto Errante).
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8ª
Aldeia Sesc
A 8ª Aldeia Guajajara de Artes segue até o dia 1º de
novembro, em São Luís. Nas cidades de Itapecuru e Caxias, a programação
acontece de 03 a 09 de novembro, com oficinas, espetáculos teatrais e shows. A
mostra é gratuita, mas o público pode colaborar com o Programa Mesa Brasil do
Sesc, que complementa milhares de refeições de crianças e adolescentes de São
Luís e Caxias, doando 1 kg de alimento não-perecível nas bilheterias dos
teatros.
O objetivo do evento é difundir a cultura brasileira e o
talento da produção local nas mais diversas linguagens, trazendo espetáculos de
circulação nacional e promover a formação de plateia. Este ano o evento passou
a se chamar Aldeia, que são as mostras de arte e cultura organizadas pelos Departamentos
Regionais do Sesc visando fortalecer os laços comunitários de artistas,
espectadores e produtores, buscando inovar e diversificar o circuito cultural
brasileiro.
Programação
completa e mais informações
Email: aldeiasescguajajaradeartes@gmail.com
(98) 3216 3800 / (98) 3216 3886 / (98)88711079