25 de out. de 2014

Noite de rock encerrou segundo dia da 9ª. Aldeia Sesc Guajajara de Artes

Programação aconteceu no Ceprama e teve como atrações o DJ Jair Bar Rocko, a banda maranhense de rock progressivo Canyon e a banda paulista Violeta de Outono, que se apresentou pela primeira vez no Maranhão

REDAÇÃO: STEPHANY PINHO
FOTOS: MARCOS GATINHO



Na noite de ontem (24) o rock marcou presença na 9ª edição da Aldeia Sesc Guajajara de Artes. Para levar ao público o universo do gênero musical que rapidamente se espalhou pelo mundo e desembarcou no Brasil no fim da década de 50, o DJ Jair Bar Rocko – aquele mesmo, ‘figura carimbada’ do Centro histórico, proprietário de um bar na Praia Grande – trouxe aos presentes ao Ceprama, na Madre Deus, um repertório  variado, com clássicos do jazz e do blues, além do rock e do metal.



Em seguida, foi a vez da banda Canyon que, formada desde 2009 por Leo Vieira (baixo e voz), Jobson Machado (guitarra e voz) e Ramon Silva (bateria e voz), já possui ouvintes cativos do bom rock progressivo presente nas músicas autorais do grupo, que já lançou dois CDs: Elegy For The King (2012) e Canyon (2014). A apresentação, que teve início com Farewell, envolveu o público gradativamente na execução de outras músicas como Iron Giant, Questions No Answers e Fight Them, que expressam a sonoridade da banda que tem como referência o rock dos anos 60 e 70.

Ruthiane Damasceno Barroso compareceu ao show acompanhada de seu esposo e do filho de 10 anos. Ela explica que gosta de acompanha-lo em eventos como esse. Músico e empresário de um estúdio de ensaio para bandas, Francisco, o marido, já acompanha o trabalho da banda Canyon há um tempo. Ruthiane comenta que os shows de rock na cidade, quando acontecem, além de ser pagos, nem sempre contam com uma boa organização. Preocupada com a segurança da família, comentou: “quando soube que ia ter aqui no CEPRAMA e que era o Sesc que estava organizando eu disse ‘ah, a gente vai lá! Com certeza vai ter segurança e vai ser bem organizado!”.



A banda Violeta de Outono expressou no palco toda a maturidade de uma banda que conta 30 anos de estrada e já possui mais de 10 CDs lançados. Trouxe em seu repertório canções do álbum Volume 7 (2007) e do último álbum, Espectro (2012). A apresentação foi um sucesso para o público da Aldeia Sesc, o que levou muitos a adquirirem os exemplares dos CDs trazidos pela produção da banda.

A atual formação em quarteto vem ao longo dos últimos 10 anos conquistando prestígio internacional, mantendo acesa a chama do rock progressivo tão característico do grupo, que originalmente surgiu com a proposta de fazer um som psicodélico, como explica Fabio Golfetti, guitarrista e vocalista da banda: “a gente queria que fosse sempre psicodélico, só que era anos 80 e nos anos 80 você não tinha divulgação de música psicodélica”. Ele ri ao comentar com o baixista Gabriel Costa sobre as piadas acerca dos ácidos que seriam fonte de inspiração pra bandas que desejavam seguir um padrão sonoro “mais lisérgico”.

Gabriel Costa, por sua vez, expressa a satisfação do grupo diante da experiência de tocar pela primeira vez em um palco maranhense: “quando a gente consegue tocar em lugares que a gente nunca tocou antes... isso é muito bom! E quando a gente encontra a receptividade do público, como vocês mostraram, isso ressoa dentro da gente de uma maneira que incentiva a gente a continuar tocando”. Ele comentou ainda sobre a Canyon: “Rock progressivo do Maranhão! Os caras mantém vivo no Maranhão o rock progressivo, que é um tipo de rock que a gente também gosta!”. O músico também comentou a atuação do Sesc em benefício da cultura: “O Sesc, nossa, não tenho palavras pra descrever! É um pilar fundamental, eu diria, para a cultura no Brasil inteiro, o jeito que o Sesc fomenta  cultura e apoia o pessoal que tá começando, o pessoal que não tá começando mas é independente  e grandes artistas também, então a gente ama o Sesc, não temos palavras assim, eu acho um trabalho muito legal, um retorno pra sociedade!”

Carol Bjil, produtora da Revista Bezouro, publicação que já havia enfocado o trabalho da Canyon, comentou a 9ª edição da Aldeia Sesc Guajajara de Artes: “eu tô achando superbacana essa história de ser descentralizado e ocupar outros espaços públicos da cidade”, elogiou.