Neste domingo (27), a Cia. Gente
Falante (RS) apresentará espetáculo que transforma xícara em Cinderella. À
noite haverá encontro musical de mestres do chorinho.
A
8ª Aldeia Sesc Guajajara de Artes continua neste domingo (27), com vários
espetáculos de teatro, dança e música. Entre eles, destaque para a apresentação
do grupo gaúcho, Companhia Gente Falante, com o espetáculo infantil:
"Louça Cinderella", às 17h (com segunda apresentação, às 17h30), no
Teatro Arthur Azevedo, e do encontro musical entre grandes nomes do choro e da
música brasileira instrumental: o violonista João Pedro Borges e a cantora
Célia Maria, a partir das 19h, na Praça Nauro Machado (Praia Grande).
“Louça
Cinderella” é uma história inusitada com uso de objetos inanimados. O
tradicional costume britânico do “Chá das Cinco” tornou-se o mote para falar da
história de uma xícara que se transforma em Cinderella. A xícara não é nobre.
Feita de louça comum e sem valor histórico, ela traz em seu conteúdo chás
aromáticos e curativos para aquecer os corpos esfriados pelo inverno.
O
que parece uma narrativa filosófica e social, que leva o público a refletir
sobre os valores humanos em relação aos valores materiais, nada mais é que uma
adaptação do conto “A Gata Borralheira”, dos Irmãos Grimm. A Companhia já
desenvolve pesquisa de formas animadas de fazer teatro há 22 anos e, com esta
montagem, conquistou vários prêmios em festivais brasileiros de teatro. Como
parte da programação da 8ª Aldeia, o grupo vai oferecer no sábado (26) uma
oficina de Teatro de Objetos direcionada a profissionais e estudantes de Artes.
No
Teatro João do Vale, às 18h, a atriz circense Sandra Cordeiro sobe ao palco
para transformá-lo num circo lúdico, cheio de bonecos, malabares, mágica,
bichos e brinquedos. O espetáculo “Circo Pequenino” é a divertida história de
uma menina que realiza o sonho de construir seu próprio circo. Para isso, ela
mesma se descobre como a palhaça que faltava na cena.
Duas vezes Shakespeare
As
obras do dramaturgo inglês William Shakespeare serviram de inspiração para dois
espetáculos, presentes na programação da Aldeia: “Mulheres de Shakespeare”, do
Núcleo Atmosfera, e “Hamletrash”, do Grupo Teatral Improviso.
O
primeiro é um espetáculo de dança preparado ao longo de 7 anos de
experimentações. Na cena, oito atrizes-bailarinas contam, por meio da linguagem
híbrida de dança com teatro, reflexões sobre o destino trágico de três
personagens femininas de Shakespeare: Ofélia (Hamlet), Lady Macbeth (Macbeth) e
Desdêmona (Othello). Cada atriz desenvolveu um processo pessoal de compreensão
dos dramas de cada personagem e os atualizaram com suas experiências de vida.
Com direção de Leônidas Portella, “Mulheres de Shakespeare” será apresentado às
19h, no Teatro Arthur Azevedo.
O
segundo espetáculo é uma releitura dinâmica, crítica e contemporânea da peça
“Hamlet”, com a proposta de crítica social em relação a temas atuais, com a
alienação midiática e comportamentos morais. Na adaptação de César Almeida,
Hamlet passa por vários momentos presentes na própria narrativa escrita por
Shakespeare que dialogam com fatos e situações contemporâneas e explorando
diversas variações cênicas, da comédia à crítica, da piada escatológica ao
pensamento crítico, da sensualidade à filosofia. O mais conhecido aforismo da
literatura e filosofia, “ser ou não, eis a questão”, será questionado às 20h,
no Teatro Alcione Nazareth.
Recital de canções e chorinhos
O
palco da Praça Nauro Machado (Praia Grande) receberá o encontro musical de
grandes nomes da música popular brasileira e instrumental. Às 19h, sobem ao
palco o violonista João Pedro Borges e a cantora Célia Maria. Em seguida, às
20h, dois grupos maranhenses de choro, o Regional Tira-Teima e o Instrumental Pixinguinha
vão promover um passeio pelo que há de melhor no repertório brasileiro de
chorinhos e canções.
No
repertório, choros de autoria de Heitor Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, João
Pernambuco e Garoto. O primeiro a se apresentar será João Pedro Borges,
sozinho, ao violão. Depois, ele convida a cantora para acompanhá-lo em canções
que vão de Azulão (parceria de Jayme Ovalle e Manuel Bandeira) a Piano na
Mangueira (de Chico Buarque e Tom Jobim), passando por, entre outras, canções
como Senhorinha (parceria de Guinga e Paulo César Pinheiro), O Velho Francisco
(Chico Buarque) e Sinhá (parceria de Chico e João Bosco), além de um tema
inédito de autoria de João Pedro Borges (Porto Errante).
O show
promete ser um registro memorável. Célia Maria é conhecida como a “voz de ouro
do Maranhão”. De timbre marcante e canto cheio de malícia, pode ser considerada
das últimas representantes maranhenses das “cantoras do rádio”, época em que
para gravar discos era preciso enfrentar auditórios de estúdios radiofônicos, a
crítica de exigentes radialistas e ouvintes cantando ao vivo, com voz firme e
expansiva. Já, João Pedro Borges tem formação erudita em violão, além de ter
sido professor, entre outros, de nomes como Guinga, Raphael Rabello, César
Teixeira e Josias Sobrinho. Fez parte da Camerata Carioca, grupo responsável
pela renovação do choro no final dos anos 70, e participou da gravação de
discos importantes da história da música popular brasileira.
No
segundo momento, o encontro inédito dos grupos Regional Tira-Teima e o
Instrumental Pixinguinha que farão um passeio por clássicos do choro
brasileiro.
Tira-Teima
é o mais antigo grupamento de choro em atividade no Maranhão, tocando desde
final da década de 1970. O grupo é formado pelos músicos Paulo Trabulsi
(cavaquinho), Francisco Solano (violão sete cordas), Zeca do Cavaco
(cavaquinho), Serra de Almeida (flauta) e Zé Carlos (percussão). O grupo está
fase de produção de seu disco de estreia.
O
Instrumental Pixinguinha desenvolve pesquisas e registros de choros de compositores
maranhenses. Em 2005, lançaram um disco inteiramente dedicado ao choro gravado
no Maranhão Formado por professores da Escola de Música do Estado do Maranhão
Lilah Lisboa de Araújo (EMEM), subirão ao palco os músicos Raimundo Luiz
(bandolim), Juca do Cavaco (cavaquinho), Domingos Santos (violão sete cordas),
Nonato Oliveira (percussão) e Paulo Oliveira (flauta).
8ª Aldeia Sesc Guajajara de Artes
A
8ª Aldeia segue até o dia 1º de novembro, em São Luís. Nas cidades de Itapecuru
e Caxias, a programação acontece de 03 a 09 de novembro, com oficinas,
espetáculos teatrais e shows. A mostra é gratuita, mas o público pode colaborar
com o Programa Mesa Brasil do Sesc, que complementa milhares de refeições de
crianças e adolescentes de São Luís e Caxias, doando 1 kg de alimento
não-perecível nas bilheterias dos teatros.
O
objetivo do evento é difundir a cultura brasileira e o talento da produção
local nas mais diversas linguagens, trazendo espetáculos de circulação nacional
e promover a formação de plateia. Este ano o evento passou a se chamar Aldeia,
que são as mostras de arte e cultura organizadas pelos Departamentos Regionais
do Sesc visando fortalecer os laços comunitários de artistas, espectadores e
produtores, buscando inovar e diversificar o circuito cultural brasileiro.
Programação completa e mais
informações
(98)
3216 3800 / (98) 3216 3886 / (98)8871 1079
Texto: Alberto Júnior
Texto: Alberto Júnior